11 de agosto de 2022
Edição de Leonardo Gottems, repórter da AgroPages
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu proibir o uso do fungicida carbendazim.
Após a realização da reavaliação toxicológica do princípio ativo, a decisão foi tomada por unanimidade em Resolução da Diretoria Colegiada (RDC).
No entanto, a proibição do produto será feita gradativamente, já que o fungicida é um dos 20 agrotóxicos mais utilizados pelos agricultores brasileiros, sendo aplicado em plantações de feijão, arroz, soja e outras culturas.
Com base no sistema Agrofit do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), existem atualmente 41 produtos formulados com base nesse princípio ativo registrados no Brasil.
Segundo relatório do diretor da Anvisa, Alex Machado Campos, e do especialista em regulação e vigilância sanitária, Daniel Coradi, há “evidências de carcinogenicidade, mutagenicidade e toxicidade reprodutiva” causadas pelo carbendazim.
De acordo com o documento da agência de vigilância sanitária, “não foi possível encontrar um limite de dose seguro para a população quanto à mutagenicidade e toxicidade reprodutiva”.
Para evitar que a proibição imediata prejudique o meio ambiente, devido à queima ou descarte inadequado de produtos já adquiridos pelos produtores, a Anvisa optou por implementar a eliminação gradual dos agroquímicos contendo carbendazim.
A importação tanto do produto técnico quanto do formulado será proibida imediatamente, e a proibição da produção da versão formulada entrará em vigor em três meses.
A proibição de comercialização do produto terá início em seis meses, contados a partir da publicação da decisão no Diário Oficial da União, o que deve ocorrer nos próximos dias.
A Anvisa também concederá uma carência de 12 meses para o início da proibição de exportação desses produtos.
“Lembrando que o carbendazim tem validade de dois anos, o descarte adequado deve ser implementado em até 14 meses”, ressaltou Coradi.
A Anvisa registrou 72 notificações de exposição ao produto entre 2008 e 2018, e apresentou avaliações feitas por meio do sistema de monitoramento da qualidade da água (Sisagua) do Ministério da Saúde do Brasil.
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Horário da postagem: 22-08-16